Ouro Verde: seis décadas para reverenciar e não deixar esquecer

Ex-atleta e dirigente Bertil defende melhor exploração da marca Ouro Verde nos 60 anos

Por Luiz Henrique Berger

Mesmo que não tenha havido festa, jantar, comemoração com grande destaque, ex-dirigentes, ex-atletas, torcedores e simpatizantes devem ter dedicado algum tempo no último domingo, 2 de junho, para recordar momentos inesquecíveis dessa instituição do nosso futebol amador local. O maior de todos chegou aos 60 anos de fundação num momento mais dedicado às reminiscências e à saudade do que a projeções esportivas futuras.

As perdas recentes abalaram a família verdoenga. Uma liderança feminina nos anos de ouro do Verdão, Marli Hammastronn; depois,  Vanderlei Bombardieri, o Azulão; Lauri Wadas e o ex-presidente Tito Basso, figuras do convívio semanal e dos encontros de sexta-feira, causaram um impacto que continua, reconhece Bertil.  Para ele, também em razão da enchente no Rio Grande do Sul, "não existe ânimo em fazer festas".

Assim, não houve mobilização suficiente para uma festividade que marcasse a data, uma atenção que o Ouro Verde, historicamente teve, de preservar conquistas importantes, marcar para as novas gerações de familiares e aficcionados pelo futebol a linda história escrita por esse organizado clube amador do Bairro Assis Brasil.

Bertil, que chegou ao Ouro Verde quando o clube ainda “engatinhava” (O Verdão havia sido fundado seis anos antes, em 1970), não esconde a maior preocupação. “A falta de continuidade”, diz ele. E vai além, com o pensamento empreendedor que sempre teve:

"O Ouro Verde é uma marca, teria que ser melhor aproveitada. Temos sede, temos uma história rica preservada, com sala de troféus, temos livro, hino, temos o reconhecimento do capitão Dunga, determinante para fazer essa marca ir ainda mais longe, e só conseguimos manter ainda os encontros de sexta-feira, a partir de uma renovação”, constata Bertil.

Ainda falando de Dunga, Bertil lembra que o Ouro Verde em breve será destacado em documentário do globoplay, com gravações recentes feitas em Ijuí, em que o capitão do Tetra conta sua história, tendo chamado representantes do Verdão para ajudar a lembrar sua trajetória esportiva em Ijuí.  

Por que, pergunta Bertil, "o Ouro Verde não pode ser destaque e ter atletas no padel, no ciclismo, em outras modalidades”.   O que falta, se questiona um preocupado ex-atleta e dirigente, que no domingo, fez telefonemas para lendas vivas do clube como Ari Bertollo e Paulo Juswiack. A boa notícia é que os dois estão se recuperando, depois de enfrentarem problemas de saúde, comemora Bertil.

O CLUBE-FAMÍLIA

Muito mais que um jargão, o Ouro Verde como família tem, pelo menos, dois exemplos, de famílias que vestiram a camisa verde e amarela. Os Macuglia e os Teixeira tiveram ao todo 12 atletas - seis de cada lado, com destacados períodos de dedicação e conquistas pelo Ouro Verde.

No time dos Teixeira: Nelvir, Miguel, Hélio, Sadi, Dirceu, Hideraldo; Pelos Macuglia, jogaram: Casca, Capucho, Zeca, Tarcísio, Guilherme e Toni.

O Ouro Verde segue sendo homenageado aqui no tempotodo.com.

A próxima reportagem tem como título: O dia em que Tesourinha aplaudiu o Ouro Verde.