Público das redes continua se manifestando após entrevista especial com médicas sobre câncer
- Luiz Henrique Berger
- 19 de jul.
- 5 min de leitura

Uma entrevista inédita, reunindo médicas e paciente, continua a gerar repercussão nas redes, após ter sido apresentada há cerca de dois meses.
O Especial Tempo Todo Câncer, mediado pelo jornalista Elano Beckmann, teve as presenças das médicas Ana Paula Victor Schmitt, cirurgiã oncológica, e da oncologista Letícia Y Castro. A ideia surgiu a partir do espaço criado pelo editor do projeto Tempo Todo, o jornalista Luiz Henrique Berger, em tratamento para dois cânceres, na próstata e nas vias biliares. O primeiro, descoberto há mais de quatro anos, com tratamento permanente, e o segundo, tendo finalizado as sessões de quimioterapia após cirurgia realizada em agosto do ano passado.

Berger, que encerrou as atividades de gravação de entrevistas no canal Tempo Todo para dedicar-se aos tratamentos, procurou a diretora proprietária da Agência Terra Vermelha Rosana Berwanger, que disponibilizou toda a estrutura e funcionários para a gravação. Elano Beckmann, amigo de mais de 30 anos, prontamente aceitou conduzir a entrevista com os três.
Além da entrevista de 1 horas e 39 minutos, o conteúdo do projeto incluiu a produção de oito cortes das entrevistas, além de 10 cards, com trechos selecionados das falas das médicas.
Dra. Ana Paula Victor Schmitt:

"O nosso corpo tem inúmeros mecanismos de bloquear o crescimento anormal de uma célula. É algo que por alguma razão fugiu do eixo e conseguiu proliferar. É quando se desenvolve a doença e o organismo nem sempre consegue frear na velocidade suficiente. Essas falhas podem ser por algo herdado, mas também por questões ambientais, onde temos a maioria dos casos, atrapalhando esse equilíbrio, esse momento de conseguir frear a tempo uma proliferação anormal de células. É o sedentarismo, o tabagismo, o etilismo, o estado inflamatório do organismo, o stress que não foi bem manejado e a imunidade prejudicada por alguma razão. É um prejuízo do equilíbrio do funcionamento anormal do nosso organismo, e é onde escapa uma célula que prolifera."
Já no primeiro dia em que foi liberada a entrevista, dezenas de mensagens chegaram por meio dos canais de comunicação do site, do you tube, email do Tempo Todo e também pelo whats de Beckmann e Berger.
Entre as mensagens, destacam-se manifestações de quem vive um problema de saúde ou tem um familiar enfermo, assim como interessados no assunto, que elogiaram a participação das médicas e a qualidade e forma didática com que responderam as perguntas.
Elogios também para as médicas participantes. "Tenho um carinho especial pela doutora Ana Paula. Ela soube nos ajudar com muita leveza quando necessitamos, e deu tudo certo". Uma ex professora da doutora Letícia falou em "muito orgulho em vê-la e ouvi-la, demonstrando sabedoria num tema tão difícil. Ela já era nota 10 desde menina", conclui a orgulhosa docente.
Dra Letícia Y Castro:

"Câncer, normalmente, não dá sinais. Por isso, a importância das pessoas conhecerem o seu corpo. Saber o que é normal, se apalpar e perceber que algo está acontecendo. Nódulo na mama, como meta, perceber antes, não deixando ele ser palpável, por exemplo. Focar no rastreio, na promoção de saúde é sempre mais indicado do que esperar."
Os conteúdos foram dirigidos também a Luiz, com mensagens para que siga com "pensamento positivo, firme no tratamento". Na avaliação de outro internauta, "a entrevista estava "como espera alguém que tem interesse, mas não conhece o assunto".
Outra mensagem, por sinal a primeira que chegou, dizia: "eu e as duas filhas olhamos juntos. Estão de parabéns as duas médicas, e a condução do Elano foi ótima".
"Parabéns pela abordagem, o programa deu uma luz de como encarar as adversidades da vida com sabedoria e leveza. Temos que marcar um churrasquinho, com moderação, como disse a doutora", escreveu um amigo dos integrantes do Canal Tempo Todo.
Dra Ana Paula Victor Schmitt:

"É algo que queremos, a cura do câncer. Talvez a cura a gente não tenha, mas temos maneiras muito eficientes para prevenir, mas isso vai exigir esforços pessoais, uma responsabilidade consigo mesmas. E as pessoas estão dispostas a isso? Quando diagnosticado com câncer, o paciente chega ao médico querendo uma solução. Mas e por si mesmo, ele está disposto a abrir mão, se for o caso, daquilo que o deixou doente? Vai estar ativo no seu tratamento, fazendo atividade física para ficar em condições de enfrentar o tratamento? Essas também são questões importantes".
Uma postagem que chegou dias depois, reforçava o que muitos disseram: "assisti do início ao fim. Muito lindo ouvir duas jovens médicas falando com tanta competência técnica e ao mesmo tempo com empatia e crença, de que além da ciência, existe
uma força espiritual que guia a mão médica".
Uma mensagem que impactou foi a de um ijuiense que começa a "viver a experiência" da doença. Ele postou: " Daí amigo Luiz, acredita que vou para a biópsia de próstata também! Continuemos firmes", completou.
Dra. Letícia Y Castro

"A pesquisa clínica só cresce, ainda bem. Basicamente é descobrir novas moléculas, entender melhor a genética do câncer. Esse é o ponto chave da medicina oncológica. Descobrir medicamentos guiados para cada mutação que gera na carcinogênese, é uma das grandes novidades. Doenças que há 20 anos não havia o que fazer, agora, mesmo com quadro metastático, os pacientes podem estar curados do melanoma, por exemplo. A imunoterapia mudou a história da doença do melanoma. Pacientes metastáticos, mas sem doença ativa. Isso nos estimula a querer descobrir sempre mais."
Mensagem que veio de uma assídua inscrita no Tempo Todo, serviu para mais uma clara demonstração do valor da comunicação para temas ligados à saúde e a importância de tratá-los com seriedade e clareza. "Assisti agora, Luiz. Muito obrigado. Muita coisa que eu queria saber foi respondida pelas médicas. Vivemos o drama do câncer do marido. Ao assistir a entrevista com as filhas, tomamos algumas decisões em relação à continuidade do tratamento, que não tem sido bem tolerado".
Pelo whatsapp do Tempo Todo, veio a seguinte mensagem: "Médicas de alto calibre. Impressionante a maturidade delas, mesmo aparentando serem muito jovens. Luiz, você está em excelentes mãos".
De um inscrito no Canal, que mora no Paraná, o recado foi o seguinte: "Emocionado por aqui e feliz pela aula que recebi. Tenho falado muito em palestras sobre comunicação, empatia, propósito, valores, fé e saúde. E agora tenho exemplos para compartilhar, como a tua leveza ao tratar do tema, reconhecimento e entendimento da vida e relações. Parabéns a todos. Difícil levar esse tema dessa forma. Que possa ajudar a muitas pessoas. Acho importante essas referências para outras pessoas".
Dra. Ana Paula Victor Schmitt

"A atividade física é o melhor remédio que existe e pensando em oncologia, temos uma melhor tolerância, uma melhor resposta ao tratamento. O paciente tem um ganho em qualidade vida, além de prevenir doenças oncológicas quanto não oncológicas. A atividade física pode ainda compensar um pouco outros atores, como uma alimentação não tão correta."
Nos últimos dias, os números relacionados à visualização da entrevista aumentaram ainda mais, com novos comentários, sugerindo outras entrevistas sobre o tema e observações positivas quanto à condução do programa pelo jornalista Elano Beckmann.
A entrevista segue disponível no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=t5GDpXvTVj4

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