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Saiba detalhes da fraude em que se envolveu o atacante Jarro; julgamento no TJD foi adiado

  • Foto do escritor: Luiz Henrique Berger
    Luiz Henrique Berger
  • 21 de mai. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 23 de mai. de 2023


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FOTO: Lucas Dornelles/EC São Luiz



Por Luiz Henrique Berger


O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO do Ministério Público de Goiás, na Fase 2 da denúncia da máfia das apostas esportivas, incluiu o atacante Jarro Pedroso, jogador do São Luiz no Gauchão. A denúncia contra o jogador se confirmou, tanto que o próprio confessou o crime, relatado abaixo, conforme texto da denúncia obtida pelo TempoTodo.


FATO 23 – ATOS PRATICADOS NO JOGO CAXIAS X SÃO LUIZ/RS (12.02.2023) No período compreendido entre final de janeiro a 11 de fevereiro de 2023, BRUNO LOPEZ DE MOURA, ÍCARO FERNANDO CALIXTO DOS SANTOS, ZILDO PEIXOTO NETO e VICTOR YAMASAKI FERNANDES, previamente ajustados, em unidade de desígnios, prometeram e deram vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre CAXIAS x SÃO LUIZ/RS, do campeonato estadual do Rio Grande do Sul de 2023 (FATO 23). A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), dos quais R$ 30.000,00 (trinta mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o atleta do SÃO LUIZ, EMILTON PEDROSO DOMINGUES (JARRO) cometesse uma penalidade máxima no primeiro tempo da partida (Doc. 20). Consta que o contato da manipulação de resultado, intermediado inicialmente por VICTOR YAMASAKI FERNANDES foi promovido por BRUNO LOPEZ DE MOURA com o atleta, via mensageiro WhatsApp e, durante o primeiro 15 Ao ser interrogado, o atleta confessou os fatos e, em razão do preenchimento dos requisitos do art. 28-A do CPP, houve a oferta de acordo de não-persecução penal, em autos próprios.


Em uma das conversas entre os golpistas, fica claro que Jarro não era conhecido deles. Tanto que um dos envolvidos na máfia cita ter feito pesquisa em redes sociais do jogador. Segundo gravação obtida pelo MP de Goiás, um dos envolvidos diz que Jarro afirmou para ficarem tranquilos, que , mesmo sendo atacante, cometeria a penalidade, como pode ser lido abaixo:



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Em relação ao crime, o MP de Goiás destaca que "quanto à corrupção perpetrada no jogo entre CAXIAS X SÃO LUIZ/RS, em 12 de fevereiro de 2023, pelo Campeonato Gaúcho de Futebol, tem-se que BRUNO LOPEZ, ÍCARO, ZILDO e VICTOR YAMASAKI FERNANDES, prometeram e deram vantagem indevida para EMILTON PEDROSO DOMINGUES, então atleta do São Luiz/RS, para o cometimento de pênalti no primeiro tempo da partida, mediante contraprestação de R$ 70.000,00. Evidenciou-se que BRUNO manteve frequente contato com EMILTON, via mensageiro WhatsApp, oportunidade em que ambos tratam de valores e do evento a ser praticado durante o jogo. O atleta aceitou a promessa de vantagem indevida e recebeu, no dia 11 de fevereiro, em sua conta bancária, de forma antecipada, R$ 30.000,00 enviados da conta de CAMILA SILVA DA MOTTA, esposa de BRUNO.




O pagamento dos 30 mil reais ocorreu na véspera do jogo por Pix, exatamente às 9 horas e 2 minutos, momento em que o São Luiz treinava para enfrentar o Caxias no dia seguinte. Jarro não treinou, queixando-se de dor na unha de um dos dedos do pé.

No dia seguinte, estava em campo. O São Luiz abriu cedo o placar, com Édipo, fazendo o sonhado 1x0 sobre o Caxias, para em seguida, Jarro empurrar o adversário dentro da área, tendo o árbitro marcado a penalidade. O São Luiz tinha no lance 8 atletas dentro da área, contra dois do Caxias. Integrantes da Comissão Técnica se questionaram no dia seguinte, ao rever o lance, mas sem imaginar o que efetivamente havia ocorrido, citou uma fonte do Clube ouvida pelo TempoTodo.

No momento do pênalti, os golpistas comemoraram, reproduzindo imagens do jogo em grupo de whatsapp. "Chama no green (expressão usada para aposta certa) pai, ele já fez, ele já fez...." diz golpista ao conferir o pênalti cometido em Caxias.


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Sobre os contatos que Jarro mantinha com o grupo comandando por Bruno Lopez, a denúncia cita que, "além do interrogatório do jogador, há dezenas de mensagens entre o grupo “Operações” acerca da corrupção perpetrada. Igualmente há inúmeras conversas encaminhadas da participação de VICTOR YAMASAKI na manipulação desportiva, debate sobre valores a serem utilizados, origem e destino da verba empregada, registro de chamada de vídeo com o atleta e comemoração da penalidade máxima previamente encomendada.


Reforçando as evidências da prática delitiva, o Ministério Público de Goiás acredita que BRUNO e VICTOR YAMASAKI mantiveram contato com Jarro também após a partida em Caxias, para explicar dificuldades no pagamento dos valores restantes. As justificativas foram apresentadas no grupo de WhatsApp chamado “Solução $”, criado, não por coincidência, justamente no dia seguinte do jogo entre CAXIAS X SÃO LUIZ:


Ao ser interrogado, o atleta confessou os fatos e, em razão do preenchimento dos requisitos do art. 28-A do Código de Processo Penal, houve a oferta de acordo de não-persecução penal, ou seja, foram negociam cláusulas a serem cumpridas pelo acusado, que, ao final, será favorecido pela extinção da punição.


Quanto ao São Luiz, o Ministério Público isentou de qualquer participação no esquema. Questionado sobre o fato e o aprendizado no Rubro sobre o ocorrido, o presidente Vilson Hepp disse que o assunto seria tratado pelo setor jurídico.

Mas Jarro, se está livre do processo aberto em Goiás e recebe todo o apoio do seu novo time, o Inter de Santa Maria, terá pela frente, um julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul. O processo contra Jarro foi retirado d pauta nesta segunda-feira, a pedido do jogador, que quer preparar-se melhor para a defesa. Nikolas, ex Novo Hamburgo, recebeu pena de 720 dias longe dos gramados e 80 mil reais. Ele pode recorrer.

Jarro e o lateral-esquerdo Nikolas Farias, sem clube, foram denunciados por “atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende” (artigo 243, parágrafo 1º, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva). Os dois, que fizeram acordo com o Ministério Público de Goiás para não serem réus no processo, se condenados, serão os dois primeiros atletas punidos pelo esquema de manipulação em jogos que nem de longe está perto do fim. Outro jogo do São Luiz teve citação em reportagem inicial pelo MP de Goiás, relacionado ao jogo do Gauchão deste ano entre Avenida e São Luiz, que também teve um pênalti cometido no primeiro tempo. A Operação Penalidade Máxima está somente na segunda etapa de investigação.



 
 
 

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