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Aos que perguntaram se saí da Repórter

  • Foto do escritor: Luiz Henrique Berger
    Luiz Henrique Berger
  • 5 de mar. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 5 de mar. de 2024



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Depois que a 14ª pessoa me abordou para perguntar, depois que a 7ª mensagem com o mesmo assunto chegou no Facebook e depois que minha mulher recebeu também questionamentos pelo WhatsApp, entendi ser importante dizer o que estava acontecendo. Trabalho há tanto tempo com informação e vou deixar ouvintes tão respeitosos e apreciadores do meu trabalho sem uma resposta? Eu não.

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Por isso, conto para quem estiver lendo que fui demitido da Rádio Repórter.

Das jornadas esportivas eu já estava fora, por decisão própria. Encerrei como repórter de campo no final da Copinha, a Copa Rei Pelé, de 2023.

A rádio pela qual briguei por mais de 25 anos tomou um rumo no jornalismo esportivo diferente daquele que defendi e, por saber que o tempo passa, entendi que era momento de deixar a beira do campo.



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Não me aposentei do jornalismo esportivo, pelo contrário. E não sinto vergonha de ter sido demitido pela primeira vez. São os tempos atuais na nossa profissão. Tem sido rotina também em empresas de maior porte.


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No comunicado de demissão não me foi dito, pelo menos, se havia outro motivo, além do aspecto financeiro, que exigia uma tomada de decisão. Aos que perguntaram se pode ter pesado a pressão de gente importante (ou que se acha importante na cidade) e não simpatizava com a minha forma de atuação e teria “pedido a minha cabeça”, a resposta é não sei. E não fui procurar saber porque eu tenho mais a fazer. Não há mágoa de minha parte, não há ressentimento, não saio brigado da Mais Popular, onde sou amigo da grande maioria dos colegas e com boa relação com os irmãos Enzo e Zico Mânica.



Gente do bem, funcionários dedicados, qualificados, queridos, divertidos, trabalhadores, e que merecem maior reconhecimento pelo que fazem.


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Fui muito bem tratado na minha segunda casa.

Recebido em 1995 pelo gerente Pedro Bertoldo, pela Dona Salete Mânica e pela saudosa Íria Dreffs, pude conviver na chegada com colegas como João Walter, José Guedes, João Paiva, Hélio Lopes, José Cláudio, Levi Vieira, Manoel Moraes, Sandro Nicoletti, Mazico, Mário Oliveski, Carlão Heldt, Ademir Luís, Lori Miron e Valdemar Bertoldo, para ficar somente no setor envolvido com a editoria esportiva.

Boas conversas nas sextas e sábados quando chegava da capital o deputado Mânica, profundo conhecedor do rádio e apreciador do jornalismo geral e esportivo. Ele sabia apreciar uma boa pergunta, uma descrição de lance de jogo e valorizava o bom Português. Incentivava e valorizava boas jornadas, com conteúdo jornalístico para além dos atuais likes e abraços, apreciava coberturas especiais, como as inesquecíveis eleições, com o aval do gerente Pedro e envolvimento de todos os funcionários.


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Na eleição para prefeito na sucessão de Ortiz Schröer, ganhou Valdir Heck, adversário de Mânica. Dona Salete concorreu de vice ao lado de Ângelo Carré e a vantagem do dono da Rádio Progresso foi disparada. Cobrimos tudo, do início ao fim, até de forma exclusiva, o discurso da vitória do prefeito eleito dentro da sede do PDT. Claro que o prefeito já havia concedido uma entrevista exclusiva para a sua rádio, mas o discurso saiu somente na Repórter.


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Cheguei segunda-feira na rádio preparado para ouvir alguma manifestação negativa, encontrar um clima de derrota, afinal de contas as fichas foram colocadas na Dona Salete para reverter o quadro. Minha surpresa foi muito grande. O deputado havia mandado o Luis da Fazenda abater um animal para um grande churrasco à noite no salão de festas da rádio, onde dançamos e cantamos até a madrugada.

Por quê? Para comemorar o “baile” dado na concorrência. Para comemorar o jornalismo feito do início da manhã até a noite. Para comemorar o jornalismo Mais Popular. A rádio e o jornalismo bem feito estavam acima dos interesses partidários no início deste século.


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Sobre rádio, de um modo geral, dizer que vem mudando e exigindo de gestores e profissionais que nele atuam, ideias, planejamento e ações que acompanhem as transformações geradas com o advento da internet.

Assim como a internet veio para oxigenar o rádio, o veículo precisa dar uma resposta aos novos ouvintes, saber comunicar pelas demais plataformas, em resumo, surpreender e seguir vivo, se adaptando e se adequando às necessidades. E quem sabe eu não seja esse profissional aos 58 anos. E é preciso aceitar.

Mas isso é um outro assunto.


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Aqui, longe de ser uma despedida, responder às dezenas de pessoas, ouvintes da Repórter que vem nas duas últimas semanas perguntando onde estou e o que houve. Não há segredos.

Até sobre minha doença não criei nenhuma barreira, abordando de forma natural, assim como está sendo encarado o câncer de próstata que chegou para ficar, mas que conforme a minha médica Letícia Y Castro, “ainda está sob o nosso comando”.


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Quando descoberta, a doença já estava localmente avançada, como dizem os médicos. Tratada com 39 sessões de radioterapia, encaradas de frente, sem um único dia de falta ao trabalho. Fazia as sessões à noite no Cacon, contando sempre com o apoio da Bergerlândia, a grande família que se abraça nas boas e nas más.


Um susto e tanto para minha mulher Nise e os filhos Artur e Luiza, para minha mãe Anália de 94 anos, minhas irmãs e o restante da “parentada”. Mas como diz o Artur, “vamos enfrentar juntos o que tiver para ser enfrentado”. E assim tem sido.

Meu amigo Ruy Rey Borck, diz que “a bola rola e o mundo gira”. E assim seguimos.

Sem drama, sem vitimismo, vamos seguir. Espero ter conseguido passar um pouco do que realmente ocorreu.

E por fim, um pedido.

Sigam o TempoTodo, opinem, critiquem, sugiram, até porque, como tenho dito, eu só tenho vocês.

 


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O meu projeto Tempo Todo tem um 2024 desafiador, com algumas novidades para breve e outras já podendo ser acompanhadas no dia a dia no:

 

Saudações radiofônicas!


Luiz Henrique Berger

 
 
 

1 comentário


veluspra
08 de mar. de 2024

Luiz, você ê um jornalista que admiro muito pela qualidade do seu trabalho, pelo caráter e ética. Tive a honra de trabalhar ao seu lado na direção da Rádio Unijuí FM e aprendi muito nessa interação. Os novos desafios pessoais e profissionais são oportunidades para extrair o que existe de melhor em nós. Sucesso com o seu projeto e acredite que o melhor está por vir!

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