Dois livros que reúnem mais de 500 páginas de histórias do futebol Gaúcho
- Luiz Henrique Berger
- 12 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Duas publicações relacionadas do futebol do Rio Grande do Sul enriqueceram a relação de documentos históricos na virada de 2019, garantindo a preservação de um patrimônio do esporte gaúcho. A primeira, lançada ainda em outubro, em Ijuí, com surpreendentes 350 páginas, conta a história dos 80 anos do Esporte Clube São Luiz. A segunda, uma história muito bem contada, trata do centenário do Gauchão.
Ademar Campos Bindé, autor de "A História de uma Paixão", e Cléber Grabauska e Gustavo Manhago, responsáveis por "100 vezes Gauchão - A história centenária de uma paixão", tem em comum o jornalismo como profissão, a paixão pelo futebol e a capacidade de selecionar trechos da história do nosso futebol e contá-los com a qualidade dos melhores craques que já vestiram as camisas dos times do Gauchão.
São dois livros obrigatórios para quem curte futebol. Confesso que não li a partir da primeira página. Não segui a ordem numérica crescente assim que caíram em minhas mãos as duas produções. Primeiro, recebi de João Luis Bindé, por ordem do pai Ademar, o Seu Bindé, esse documento rico em pesquisa, dados e depoimentos fundamentais, capazes de transmitir uma ideia mais clara dos feitos e desafios enfrentados e superados pelo octagenário São Luiz. Fui direto para a página 261 - O primeiro goleiro que jogava de luvas. Já tinha lido ou ouvido o próprio Bindé tratar do assunto, mas o texto esclareceu que o integrante da família Reichardt havia trazido a novidade da Alemanha, nos anos de 1934. "A História de Uma Paixão" também surpreende ao detalhar quais foram os maiores goleadores do Rubro; o técnico Pontes, recordista no comando do time até hoje, sem falar em escalações e uma riqueza de detalhes que somente Ademar Campos Bindé seria capaz de apresentar em uma obra elaborada ao longo de um ano.
O segundo livro a que tive acesso, com direito também à dedicatória de um amigo de infância, devorei, mas sem saber por onde começar. O critério foi escolher o Campeonato que tenho na memória como o primeiro que acompanhei: o Gauchão de 1974. E, de bate pronto, a dupla Manhago e Grabauska começa contextualizando o cenário da época, de bagunça no calendário e ano das chegadas de Manga e Lula ao Internacional, enquanto o Grêmio apostava na promessa Iura e anunciava Zequinha e Tarciso. Informações preciosas, sem jamais esquecer do futebol do interior. O salto nas páginas do livro avançou somente oito páginas, para chegar a 1977. Uma viagem no túnel do tempo. Não lembrava dos pontos extras para quem vencia o turno nem do decagonal com alteração no regulamento durante o campeonato e a participação de 24 clubes. Marquei a página 133, que fala do Inter-SM de Tadeu Menezes, Donga, Robson e Guinga para voltar aos anos 1961, ano que o Grêmio teria sido trideca campeão, não fosse o Aimoré, que segurou um 1x1 e fez o colorado se distanciar faltando quatro rodadas para o final de um campeonato que passava do mês de novembro.
Duzentas e cinquenta páginas escritas por essa dupla que respeito também nos microfones. Obrigado Cléber, Manhago e Seu Bindé. Muito obrigado !

que baita documento